Uma vontade estranha se manifesta entre a objetividade e a
imaginação. Não tenho consciência da exatidão do que se trata. Todavia me
persegue em todos os momentos destes últimos dias. A escuridão não se cansa de
se humilhar aos pés da claridade. E por vezes, pessimismos irracionais aparecem
como visões realistas. Cresci aprendendo que o amor move montanhas, mas as
montanhas, nem sempre, se movem por amor. Minhas pupilas se reviram ou se fixam
no vácuo, se entregando a tortura de pensamentos vagos, que se alimentam do
doce sofrimento da incerteza. E no meio da inquietação, me rebaixo à condição
de um mero mortal, desconhecedor dos próprios anseios e do próprio poder. Se sou imagem e semelhança de Deus, então... Quem é Deus?
segunda-feira, 16 de julho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Foi-se o tempo!
Foi-se o tempo em que eu chutava a barriga da minha mãe numa
doce ferocidade, a da ansiedade para ver o mundo que naquele momento me
esperava; em que eu sobrevivia por intermédio do cordão umbilical e dos meus
pais que tomavam os cuidados necessários durante a gravidez. Foi-se o tempo em
que os mimos se concentravam em meu ser frágil, pequeno, puro; em que os braços
se abriam para segurar-me, e os adultos brincavam fazendo caretas aguardando um
leve riso, quando muitas vezes eu me sentia assustado, e chorava às alturas. Foi-se
a época em que eu começava a falar e a dar meus primeiros passos, tocando
objetos, rostos e corações entusiasmados. Foi-se o tempo em que passava minhas mãos
sujas de areia ou lama nas roupas brancas lavadas com amor; e traquinava por
todos os cantos, tirando as coisas do lugar, brigando com qualquer outra
criança que se tornasse uma ameaça à atenção que os outros tinham em mim,
querendo atravessar a rua só, correndo sem destino. Foi-se o tempo em que os brinquedos me
chamavam atenção, em que a bola, os carrinhos e as miniaturas me agradavam; em
que dava crença em duendes e outras fantasias. Já passou a época em que eu chorava por não querer
ir à escola e quando chegava bagunçava a sala de aula com os outros colegas; ou
quando eu me divertia usando máscaras nas brincadeiras de Carnaval. Há tempos
não sei o que é ganhar ovos de chocolate na Páscoa, nem pintar a ponta do nariz
de vermelho; não sei o que é passar as noites de São João soltando “traques” na
calçada da casa da minha avó paterna, e nem ganhar presentes de pessoas
vestidas do Papai Noel nos festejos natalinos. Foi-se o tempo em que caçoava na
rua com moleques que se uniam em bandos para brincar de se esconder. Foi-se o
tempo em que tive minha primeira ejaculação, quando a gente pensa que está
urinando na cama e não sabe ao certo o que significa aquele líquido. Foi-se o
tempo das paixões utópicas de menino querendo ser adulto, galanteando os afetos
nos corredores da escola e fazendo bilhetes inocentes para trancar nas gavetas,
mantendo amores platônicos. Foi-se o tempo em que estudar Sistema Reprodutor
nas aulas de Biologia acalorava os alunos, que não sabiam bem como lidar com o
assunto, inclusive eu. Foi-se o tempo do medo de fazer novas amizades, da
rejeição, da extrema timidez, das primeiras espinhas (acne). Foi-se o tempo em
que tomei a primeira cerveja, com medo de me tornar alcoólatra. Foi-se o tempo
em que me apegava a coisas infantis e a ingenuidade me cegava por completo. Foi-se
o tempo de chegar em casa cedo... Eu cresci, experimentei o cigarro, o álcool,
passando a utilizá-los na tentativa de esquecer as frustrações. Conheci a
falsidade, o medo, a insegurança, a ansiedade. Vivi a depressão. Passei a
perceber o quanto o ser humano é mal, e utiliza a sua língua na tentativa de
matar ao próximo. Entrei na universidade. Transei, senti o prazer de encostar
meu corpo em outro, despido. Estudei o necessário. Me formei, obtive profissão
e êxito. Ganhei dinheiro, acompanhado de problemas e contas a pagar. Frequentei
grandes festas. Me casei. Engordei. Envelheci. Faleci e não me lembro com que
idade, mas tenho certeza que eu poderia ter vivido muito mais, ter
lido mais, ter tomado mais banhos de chuva, contemplado mais o sol, a lua, as
árvores e ter sido mais livre. Hoje, daqui de
outra dimensão, imperceptível aos olhos tridimensionais, eu sei que o tempo
da Terra corre bem mais rápido do que quando eu corria sem rumo na infância; que os
seres necessitam vivenciar o significado do amor; que dizer “Bom dia” nos traz
disposição para viver; que é preciso consagrar cada milésimo de segundo; que
ter respeito até por quem não tem é um gesto honrado; que as quedas são provações
para que o erguimento seja mais forte; que nada feito por nós é, em si, perfeito,
mas que pode ser bonito e útil; que a intenção prospera sempre; e que a vida...
Ah... A vida renascerá amanhã, através de mais uma criança que iluminará o mundo, e talvez,
faça tudo aquilo que eu não fiz enquanto eu estava vivo.
Elon Barbosa.
terça-feira, 26 de junho de 2012
(Des)Encontro

Sou levado pela lua
A seguir a minha estrada
Mas na idéia a imagem tua
Me tortura em saber
Que é chegado te encontrar
E o amor que habita em mim
É um vão a me tomar.
...o amor que habita em mim
É um veu a me vendar.
O teu nome está gravado
Nas visões e além, mais
Tua órbita dimana
De onde vens, pra onde vais?
No entanto, ainda te espero
Pra romper a minha dor
O amor que habita aqui
Foi de mim que se vingou.
...O amor que habita aqui
Foi de nós que prosperou.
Elon Barbosa
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Apelo Nordestino Frente à Seca no Sertão
- Oh, Seres dos céus!
Tenham piedade dos esquecidos
Dos oprimidos...
Tenham piedade dos esquecidos
Dos oprimidos...
Daqueles que sentem sede e pisam descalços
em solos escaldantes e rachados
pela seca das bandas de cá...
em solos escaldantes e rachados
pela seca das bandas de cá...
Mas por entre os cactos, os galhos e a vegetação aparentemente sem vida,
por trás daquelas serras daqui avistadas,
e das desilusões das faces sofridas.
e das desilusões das faces sofridas.
existe um paraíso.
E virá flamejante pra curar aos cegos,
derramar água pura e límbida
e abrandar os egos.
E diante dos infortúnios, resta apenas a fé
A consolação dos dias de aflição
De Maria, João, Francisca, José
E diante dos infortúnios, resta apenas a fé
A consolação dos dias de aflição
De Maria, João, Francisca, José
Será Lampião coberto pelo manto dos Deuses?
Antônio Conselheiro com mais uma tropa a nos levar à nova Canudos?
Jesus de Nazaré e os anjos guardiões?
O sertão vai virar mar?
E o mar...
... vai virar sertão?
Elon Barbosa
(Valendo ressaltar que o Nordeste não se resume à falta d'água, projetos esquecidos ou mal cumpridos e pobreza. A região já foi fonte de muitas riquezas e continua sendo composta de imagens naturais deslumbrantes. Com uma riqueza cultural invejável, que se apresenta por meio de danças populares, cordéis, repentes etc, o Nordeste possui um povo animado, receptivo e contagiante.)
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Versos de Alívio
O ânimo que me resta é um resto.
O resto é pouco.
O pouco é quase nada.
Mas o quase nada já é alguma coisa.
Alguma coisa é uma esperança?
E a Esperança?
O resto é pouco.
O pouco é quase nada.
Mas o quase nada já é alguma coisa.
Alguma coisa é uma esperança?
E a Esperança?
Por vezes, motivo da "Anti socialidade".
É lastimável perceber o quanto,
certos indivíduos, que muitas vezes se dizem de bem, têm prazer e se divertem
em apontar seus dedos, independentemente de serem tortos ou não, para a vida de
outrens, e perdem o tão precioso tempo reparando com seus olhos atentos de
coruja, os passos de seus próximos, para que então, sorrateiramente, faça uso
de mais uma tática, o poder de destilar o veneno como cobras. Oh! Quanto atraso
por parte desses! Esses que se acham corretos e dotados de sabedoria e
propriedade o suficiente para dizer o que está certo e o que está errado, o que
é bom e o que é mal, como se fossem os guardiões da verdade e se transformam em
falsos moralistas, hipócritas e ainda, tão sujos quanto os porcos no chiqueiro.
Não se sabe qual a verdadeira face, aquela que está por trás da expressão de
cada indivíduo adepto dessa corja. Provavelmente, também possuam a capacidade
do camaleão de modificar sua própria cor e se ocultar conforme as condições do ambiente.
Para esses, de quem discuto, afirmo com profunda sinceridade: Vossas personas
me fazem quedar enojado! Mas jamais, em nenhuma hipótese, me deixarei ser
atingido por vossas baixas, vis e repugnantes asneiras.
Elon Barbosa
Lenine - Pare de Encher!
terça-feira, 12 de junho de 2012
Breve Reflexão Sobre a Educação no Brasil Atual.
Vídeo retirado do canal indignadochannel no Youtube.
Preste atenção,
meu amigo, meu irmão!
De cada cem crianças que entram na escola,
apenas 14 delas conseguem diplomação.
As que nunca se escolarizaram são bem mais de um milhão.
Nosso governo promete investimento em educação,
mas escolas sem merendas é mais um X na questão;
Alunos de barriga seca não podem ter concentração,
erros de certos políticos que não focam no bem comum da nação.
Por que será que eles fazem do dinheiro público má utilização
enriquecendo o próprio bolso e retardando a circulação?
meu amigo, meu irmão!
De cada cem crianças que entram na escola,
apenas 14 delas conseguem diplomação.
As que nunca se escolarizaram são bem mais de um milhão.
Nosso governo promete investimento em educação,
mas escolas sem merendas é mais um X na questão;
Alunos de barriga seca não podem ter concentração,
erros de certos políticos que não focam no bem comum da nação.
Por que será que eles fazem do dinheiro público má utilização
enriquecendo o próprio bolso e retardando a circulação?
Ambição...
Por que com o capitalismo vivemos a discriminação,
Se o mundo está voltado pra socialização?
E diante da comunicação
não temos a informação
Pra onde vão os impostos?
O governo não abre mão!
São muitas as problemáticas
do ambiente social,
porém não nos esqueçamos
de algo essencial:
Somos parte deste corpo
na ação de bem e de mal,
já que todos nós configuramos o Estado Nacional.
Por que com o capitalismo vivemos a discriminação,
Se o mundo está voltado pra socialização?
E diante da comunicação
não temos a informação
Pra onde vão os impostos?
O governo não abre mão!
São muitas as problemáticas
do ambiente social,
porém não nos esqueçamos
de algo essencial:
Somos parte deste corpo
na ação de bem e de mal,
já que todos nós configuramos o Estado Nacional.
Elon Barbosa (Pombal - PB)
Júnior Ferreira (Malta - PB)
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