quarta-feira, 10 de abril de 2013

Dos sonhos





Eu acordei à beira de um precipício, como quem acorda de um sonho lúcido, mas eu sentia a realidade, meus pés tocando o chão, meu olhar para a imensidão, e pensando se eu deveria pular daquele abismo tão doce e místico. E no meio daquela angústia, que só o pensar assusta, o olhar que era indeciso tomou uma posição. Sem medo ou calor, eu pulei como um dançarino malabarizando o próprio corpo
Num todo que nem era todo
no todo em seu tudo
Todo tudo tem seu todo
Tudo é tanto
Tanto é que tudo escureceu...
E a obscuridão tomou conta dos meus olhos, minha boca, meus ouvidos e minha mente. Inconscientemente acordei com a luz do sol em minhas pálpebras, no mesmo local onde estava antes da queda fatal que se tornou natal.

Estava lá o precipício, as pedras e o atiço daquela incitação e, ainda, a escuridão com seu charme e mistério chamando a me jogar. Todavia estava em solo firme, pisando na terra, livre e respirando sob o sol.

Voltei então para a graça do lar.


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