Pelas trilhas
da história, um personagem marcante, vitorioso e sobrevivente, quebrou os
costumes, ultrapassou pressões e abateu preconceitos. As tradições socioculturais, com o passar dos
tempos, vêm sendo repensadas, graças à força das lutas em favor do
reconhecimento dos direitos e da conquista de papéis socialmente importantes.
Considerada do “sexo frágil” pela sociedade patriarcal ultrapassada e ainda por
algumas mentalidades nos dias de hoje, a mulher tem demonstrado energia,
quando modifica visões e traz novas perspectivas para a cultura. Foi-se o tempo
em que o sexo feminino se viu submisso!
No século
XVIII, a escritora britânica Mary Wollstonecraft, torna-se reconhecida por ter
escrito o clássico A Vindication of the Rights of Woman (Uma Reivindicação dos Direitos da Mulher),
defendendo uma melhor educação para as mulheres, que as fizessem aproveitar o
potencial humano. No Brasil do século XIX, a primeira lei voltada à educação da
mulher surge e mais tarde, ganha autorização do governo para estudar em
instituições de ensino superior. Já nos
Estados Unidos da América, no dia 8 de Março de 1857, 129 trabalhadoras
operárias morrem carbonizadas numa ação policial realizada numa fábrica têxtil,
pela vindicação da redução da jornada de trabalho, posteriormente, é instituído
o Dia Internacional da Mulher em 8 de Março. Ainda no século XIX, no ano de
1893, na Nova Zelândia, a mulher adquire o direito de votar pela primeira vez,
conquistando a qualidade de cidadã, de contribuinte de uma sociedade melhor. A
luta pelo direito ao voto, no Brasil, é liderada em 1917 por Deolinda Daltro,
professora e fundadora do Partido Republicano Feminina, almejo conquistado em
1928, através de Juvenal Lamartine, na época governador do Rio Grande do Norte,
que consegue alteração da lei eleitoral, atribuindo direito ao voto também às
mulheres. Os votos femininos são anulados, porém a primeira prefeita da
história brasileira é eleita no município de Lajes, no Rio Grande do Norte:
Alzira Soriano de Souza. Finalmente Getúlio Vargas, em 1932, anuncia novo
Código Eleitoral, que dá direito de voto às mulheres no Brasil. Nos Anos 40,
especificamente em 1945, a Carta Magna das Nações Unidas, promove a igualdade
de direitos entre homens e mulheres. Em 1962, 27 de agosto, o Estatuto da
Mulher casada é aprovado, garantindo independência da mulher do alvará do cônjuge
para ganhar herança, trabalhar e solicitar guarda dos filhos em separação. 1979
foi o ano em que a Assembléia Geral abraçou a Convenção para Eliminação de
Todas as formas de Discriminação contra a Mulher. Anos 80, também é palco de
grandes conquistas, como a criação de centros de autodefesa, visando reduzir a
violência doméstica, bem como o surgimento de Conselhos Estaduais da Condição
Feminina (Minas Gerais e São Paulo), que teve como objetivo o planejamento de
políticas públicas voltadas às mulheres, além do Conselho Estadual dos Direitos
da Mulher no Rio de Janeiro. O ano de 1993 é marcado pelo Congresso Mundial dos
Direitos Humanos, em Viena, que teve como discussões de destaque o ponto da
violência contra gênero e os direitos, o que levou ao surgimento de uma
Declaração sobre a abolição da violência contra a mulher. Em 2006, no Brasil, é
decretada pelo Congresso Nacional e sancionada por Luiz Inácio Lula da Silva,
presidente do Brasil na época, a Lei 11.340, mais conhecida como Lei Maria da
Penha, em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, que durante seus seis anos
de casamento, foi brutalmente violentada todos os dias pelo marido, sendo
inclusive quase assassinada por duas vezes em 1983. Da primeira vez com o uso
da arma de fogo por parte do agressor, ficou paraplégica, da segunda, vítima de
eletrocussão e afogamento. Após tais acontecimentos, foi realizada a denuncia,
gerando repercussão internacional.
De fato, o “sexo frágil” não é tão frágil
assim, a forma como tais mulheres têm sobrevivido ao sistema, dando tão longos
passos em suas conquistas e independência, nos mostra o quão fortes são. Agora,
século XXI, podemos enxergar tais resultados. Não é à toa que tivemos em 2010, a
primeira presidenta eleita da história do Brasil. O esforço é ponte que leva à
conquista, e temos como exemplo, o que é belo, singelo, amoroso, um tanto
vaidoso, mas principalmente vencedor: A mulher.
Elon Barbosa.
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