
Não existe relevância em discutir uma ideologia
como se fosse uma verdade absoluta, nem mesmo de seguir piamente
interpretações de um livro tão complexo e conotativo como a Bíblia. Não
existe doutrina correta ou mais correta! O que pode existir é um determinado
seguimento, com o qual determinada pessoa se identifica ou encontra
"apoio". São apenas afirmações. Deste modo, nem a doutrina católica,
nem seguimentos protestantes, espíritas e orientais, são os "guardiões da
verdade". É preciso defender um ponto de vista,
sem torná-lo absoluto. Em plenas
vias do séc. XXI, geração ainda marcada pelas transformações pós-modernas, a
idéia de conceito universal tem sido quebrada. Já dizia Friedrich Nietzsche que
"as convicções são cárceres. Mais inimigas da verdade do que as próprias
mentiras". Refletindo por esta linha de pensamento, consideramos que, seja
qual for a doutrina filosófica ou religiosa, a fé excessiva e a certeza
absoluta, leva o indivíduo ao que chamamos de fanatismo, passando a crer sem
questionar, em tudo o que os pastores e proclamadores alegam. A fé pode ter
sido fruto de grandes vitórias, mas, também, fonte de guerras, revoltas,
torturas e mortes.
A boa confiança de muitos tem sido lesada por
vários “santos” que fazem uso do nome da divindade creditada para a satisfação
econômica pessoal. Lamentavelmente, muitos dos fiéis não querem enxergar e
aceitar os fatos reais e se prendem a uma ilusão cuja base torna-se cada vez mais
fraca e a ponto de ceder. Não nos esqueçamos, dos mortos, torturados pela igreja
católica no século XVIII. Idade média, do medo, onde todos deveriam ser iguais,
seguindo os mesmos preceitos religiosos, ou então, seriam considerados hereges,
blasfemos e se direcionariam a fogueira. A religião estava sendo utilizada para além do fator ideológico, pelo
Estado, estando os dois em acordo, já que as duas forças poderiam garantir enriquecimento,
apesar de todo o poder econômico e ideológico acumulado pela Igreja Católica.
Nos dias de hoje, a
inquisição continua sendo operada, porém de forma sutil, até que os meios de
comunicação, movidos, também, pela geração de sensacionalismo, bombardeiam com
escândalos que se ocultam por trás dos cenários santos falsos das igrejas. A
prática perdura, a forma como se concretiza é que vem sendo modificada. Uma vez
ou outra, vemos no noticiário pastores que manobram seus fiéis e passam a
vender loteamento no paraíso; cursos, com direito a diploma que garantem
salvação, entre outros absurdos, como obras da mente maliciosa dos tais “representantes
de Deus na terra” em relação aos cegos, encarcerados, dependentes de uma doutrina
religiosa para a sobrevivência.
Contra fatos não há
argumentos! Após ter sido passada pela Igreja Católica na Idade Média, e
contemporaneamente por nomes como Edir Macedo e suas artimanhas com a IURD;
Silas Malafaia, com suas posições incoerentes e venda de salvação por R$ 1.000;
padres pedófilos e a tentativa de abafar os casos por parte das autoridades eclesiásticas do Vaticano, entre outros jogadores do mesmo time, a bola da vez foi passada para o “santo”
pastor, “apóstolo”, Valdemiro Santiago (que, aliás, partiu da Universal do
Reino de Deus), da Igreja Mundial do Poder de Deus, que vem sendo investigado
pela Receita Federal, por ter driblado os seus fiéis e feito gols por meio de
faltas despercebidas no jogo, conseguindo fazer compras de fazendas que formam
26 mil hectares, milhares de cabeças de gado, mansão e pista de pouso. Tudo
avaliado em cerca de R$ 50 milhões, o dinheiro fraudulento desviado dos fiéis.
Qual será o próximo?
Diante dessa
realidade, já podemos considerar a importância de se ter discernimento e não
dar asas à fé cega, ao conformismo. Estes podem nos levar à ignorância, além de
ser o alimento essencial e preferido dessas “moscas venenosas”. O problema não
está em ter uma religião, está apenas em ser bobo! Seja cristão, judeu,
islamita, kardecista, budista, Hare Krishna, umbandista, ateu, agnóstico,
enfim, o fundamentalismo deve ser extirpado dos pensamentos. Viva a percepção!
Viva o mundo onde o pensamento é democratizado! Adeus ignorância! Abaixo à Neo
Inquisição!
Elon Barbosa.